Você quer mesmo abrir um escritório de Arquitetura?

Artigo 01 - Série Empreendedorismo e Gestão de Escritórios de Arquitetura

Artigo #1 da Série: Empreendedorismo e Gestão de Escritórios de Arquitetura, Design de Interiores e Engenharia

Segundo a AsBEA, em média no Brasil a cada 100 escritórios de arquitetura que abrem, 30 são fechados antes de completar o primeiro ano. Segundo o IBGE, 52,5% das empresas que abrem no Brasil fecham antes de completar 4 anos. De aproximadamente 695 mil empresas que abriram em 2009, em 2013 haviam restado apenas cerca de 330 mil.

Esses dados não são muito motivadores para se começar o artigo, não é mesmo? Mas na verdade eu quero apenas abrir seus olhos e mostrar que muitos abrem seus escritórios sem um mínimo de planejamento e preparação. É preciso estar atento para não entrar nesta triste estatística.

O fato é que esses dados são da grande massa despreparada de profissionais que entram no mercado a cada ano. Por isso os números assustam. Mas um escritório montado com um bom planejamento, estudo de mercado e os demais passos necessários que indicarei a você aqui neste livro, tem muito mais chances de ter sucesso. E é isso que a gente vai fazer aqui: aumentar exponencialmente as suas chances de sucesso!

Tem gente que nem sabe ao certo o que está fazendo e nem porque está fazendo. Só sabe que quer arranjar uns clientes, fazer uns projetos e ganhar algum dinheiro. 

 

Socorram-me, estoy perdido!!

 

E você?

Já parou pra refletir por que quer abrir um escritório de arquitetura, engenharia civil ou design de interiores? Apenas por necessidade, falta de opções, ou porque você realmente quer ter um negócio próprio, onde você vai ser o principal responsável pelas decisões e pelo destino da empresa?

Alguns querem se ver livres de chefes, sair da rotina. Outros querem ter mais liberdade, autonomia. E isso é possível, sim. Ter seu próprio negócio é ótimo, na minha opinião, e eu não trocaria isso por nenhum outro cargo, sinceramente. 

Muita gente fica apática e sente como se não tivesse um propósito maior quando trabalha de empregado. Pra falar a verdade, esse é um pouco o meu caso.  Quem tem o espírito empreendedor busca o desafio pessoal da conquista de objetivos sem os limites ou imposições que trabalhar em uma empresa de terceiros nos coloca de cima para baixo. 

Empreender é emocionante, é uma aventura, mas não é para todo mundo. Nem tudo são flores. É preciso estômago forte para encarar os problemas, as decisões difíceis e as instabilidades. Ser dono do seu próprio negócio é muito diferente de ser um funcionário. É um outro tipo de desafio.

 

chefe dona do escritorio de arquitetura e design de interiores

Lika a boss… But not so easy…

 

Hardwork é o nosso lema!

O empresário não tem salário garantido todo mês pingando na conta do banco. É preciso fazer a sua empresa gerar resultados, senão, nada feito. Por outro lado, o empregado pode ser demitido a qualquer momento, e seu futuro depende também da competência de seus superiores. 

Em um negócio próprio, as perspectivas de inovação estão em suas mãos, você pode implantar suas próprias ideias no negócio, fazer testes. Na minha opinião, se eu me preparo bem e tenho competência e convicção que vou alcançar os resultados, ser empresário é mais seguro do que trabalhar para os outros. 

Então essa história de que ter um emprego é mais seguro e estável é uma balela, inclusive em empresas públicas. É só olhar os frequentes atrasos em pagamentos de salários que estão acontecendo no Brasil, e até mesmo quebra de empresas governamentais em todas as esferas: municipais, estaduais e federais. Ter um emprego pode até ser mais fácil, menos estressante, mas estabilidade não existe em lugar nenhum.

O empreendedor não tem um limite de ganhos tão rígido quanto o do empregado. O limite dele está em sua própria capacidade de  vislumbrar, planejar e executar boas ideias com competência e efetividade, adaptando-se ao mercado. Com um negócio próprio, seu crescimento e seus ganhos são escaláveis, ou seja, são multiplicáveis. É você que define até onde pode chegar. 

Empreender te dá mais liberdade, mas também traz mais responsabilidades. Além da responsabilidade sobre a sua vida e a vida de sua família, pode incluir a vida de seus empregados, que serão dependentes do seu negócio. Ou seja: é coisa séria. São outras vidas que estão no seu jogo. 

Seu negócio gera um impacto social, por menor que ele seja. Ainda mais no nosso ramo de arquitetura, que influencia diretamente nos ambientes em que as pessoas vivem.

O controle emocional é um dos requisitos mais importantes. É necessário estar com a mentalidade bem preparada para encarar os desafios e dificuldades que vão aparecer. E eles vão ser muitos, isso eu garanto. Praticamente todas as decisões importantes vão passar por você, diariamente. 

No começo, dependendo o caso, talvez você se sinta solitário trabalhando sozinho. Depois, provavelmente vai ter que lidar com sócios, gerenciar pessoas e equipes. O que também não é nada fácil. Isso sem contar com a gestão financeira, gestão comercial, etc.

Principalmente no início, você provavelmente não vai conseguir ter uma rotina regrada, um horário exato de trabalho. Às vezes tem que chegar mais cedo, às vezes trabalhar até mais tarde. Muitas vezes atender fora de horário comercial. Não é raro ter que trabalhar 12 horas por dia.

Mantenha tudo sempre organizadinho, tipo esta moça… #sqn

Tirar férias também é uma tarefa complicada para os empresários em início de carreira, pois como a maioria das decisões importantes a serem tomadas na empresa dependem de você, os clientes não podem ficar a ver navios. Sua tão desejada independência pode ser muito relativa, quando se observa a dependência aos fornecedores, bancos, clientes, funcionários, etc. É preciso tomar cuidado para não virar um escravo do seu próprio negócio.

E eu não estou aqui querendo desmotivar ninguém. Muito pelo contrário, eu sou um grande defensor e entusiasta do empreendedorismo, e são as pessoas empreendedoras que fazem o mundo mudar, evoluir, avançar. 

Eu só preciso garantir que você esteja preparado para encarar essa jornada tão desafiadora e emocionante, que é cheia de pedras pelo caminho, mas também pode trazer muita alegria e satisfação diante das conquistas. O importante é ser apaixonado pelo que faz. Aí você não mede esforços e dá o melhor de si, sem remorsos nem pena de si mesmo.

 

As pessoas que são loucas o suficiente para pensar que podem mudar o mundo, são as que realmente mudam. 

Steve Jobs 

 

E ver um negócio que você mesmo construiu rodando, funcionando, prestando um serviço de qualidade que ajuda as outras pessoas, faz o mundo avançar e, além disso gera lucro, é uma coisa linda! Você vai ter orgulho da sua empresa, como se fosse um filho que você criou e ganhou vida própria.

Se você estruturar o seu escritório de forma que depois de um tempo de estrada ele não necessite tanto da sua presença física lá dentro a todo momento, você vai ter maior flexibilidade de horários também. E isso não tem preço. Não se paga nem com Mastercard.

E pra fechar este tópico, quero alertar que antes de qualquer outra coisa é preciso ter clareza sobre quais são os seus objetivos abrindo o seu escritório. Defina bem onde você quer chegar com a sua empresa em curto, médio e longo prazo. Coloque tudo em um plano, no papel ou no computador. Não basta apenas pensar e falar no assunto.

 

Mas não se preocupe agora, pois nos próximos artigos desta série eu vou te ajudar a desenvolver esse planejamento do seu negócio da forma correta. Como deve ser!

 

Te vejo no próximo artigo da série! Fique de olho nas notificações 🙂

E não esqueça de deixar seu comentário aí abaixo!! Quero saber sua opinião!

Abraços.

Paulo Mezzomo


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8 Comments

  • Luan Felipe disse:

    Olá Paulo,
    Sou arquiteto, formado a 2 anos, atualmente trabalho em um escritório como funcionário, mas pretendo em 2020 ter meu próprio espaço. Seu artigo foi mto bom, me abriu o olho pra algumas coisas q até então eu não tinha pensado. Parabéns

    • Paulo R. Mezzomo disse:

      Que ótimo ter seu feedback positivo, Luan! Mostra que meu o conteúdo realmente está sendo útil. Fique ligado nos próximos artigos da série! 🙂 Grande abraço.

  • Sidney Diniz disse:

    Eu decidi estudar mais, buscar mais experiências, do que focar em abrir um escritório.
    Meu desejo é atuar com o que estudei tantos anos mas prefiro “ir com calma”.

  • Helena Matsi disse:

    Olá Paulo! Me chamo Helena Matsi e sou Designer de Interiores, trabalho a 12 anos em loja de móveis planejados, mas já fiz vários projetos particulares, a questão é que estes eram um extra e não um objetivo diário. Agora após esse longo período no mesmo ramo decidi alçar voo e trabalhar como autônoma.
    Realmente seu atrigo trouxe tópico muito interessantes. Principalmente sobre o pensar grande, o porque fazer e o onde quer chegar. E confesso que não tenho clareza nessas respostas. Estou ansiosa pelos próximos artigos.

    • Paulo R. Mezzomo disse:

      Legal, Helena. Bom saber um pouquinho da sua história. Fica ligada que tá saindo o segundo artigo da série já nos próximos dias, ainda esta semana! 🙂 Abraços e ótimo 2020!!

  • Sara Aparecida Costa Santos disse:

    Tenho 4 anos de formada, mas confesso que estou acordando pra vida agora. Sou arquiteta, mestre de obras e estudando pós em design de interiores, to estudando tbm sobre perícia e avaliação de imóveis e breve patologia, aos poucos estou investindo em mais conhecimento pq eu moro numa cidade pequena que é um interior de sergipe e percebo a necessidade da população diante de alguns problemas por falta de profissionais atutantes e mesmo assim os que tem são os da capital. Enfim quero muito amadurecer e fazer valer os gastos dos meus pais comigo!!!

    • Paulo R. Mezzomo disse:

      Legal, Sara! Só por estar aqui lendo meus conteúdos, pode ter certeza que já está se diferenciando da grande maioria. Pode contar comigo. Qualquer dúvida, me envie um email ou um direct no instagram @arquitetoexpert

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